quarta-feira, 1 de abril de 2009

Humanos


Não sobra muita coisa no que diz respeito a escolha senão o lívre arbítrio. Não se assustem, continuo marxista inveterado, exatamente por isso sustento a afirmação. Afinal, de que valeria a práxis se não pudessemos optar por ela? Evidentemente a pressão pela massficação do pensamento em prol do consumo limita, e muito, o poder da escolha. Mas em momento algum isso servirá de motivo a alguém justificar seus erros ou a sua própria renúncia do raciocínio próprio pela imposição do meio, afinal o meio não é fator uníco na formação da individualidade, a resposta pessoal aos estímulos também é determinante, mesmo que essa resposta venha inconscientemente de fatores sociais também. O que torna tudo interessante nessa geléia psico-social toda, é o caráter falível das nossas decisões, e a beleza do aprendizado constante. Claro que ninguém gosta de sofrer, consequencia fundamental do erro grave em pessoas normais, mas é a delícia da falibilidade que torna a tentativa do acerto tão intensa, inquietantemente insuportável e ao mesmo tempo imperativa aos que não fogem à constante da escolha personalíssima, que não se rendem ao senso comum e que são mais que reprodutores, são produtores e detentores da realidade das coisas. Desta forma, já não me importo mais em sofrer, até mesmo em chorar, não vou me privar em momento algum da adrenalina viciante da incerteza, do medo impulsionador dos devaneios mais racionalmente sentimentais, e se ao final me deparar novamente com a implacável certeza de que sou humano, as lágrimas misturarão tristeza e alegria.

Um comentário:

Nana Rodovalho disse...

Humanos: carne, osso e sentimento... tudo isso ao mesmo tempo!