Passaram-se mais ou menos 10 anos desde a última vez em que estivemos juntos. De comum a todos somente a lembrança de um tempo em que, apesar do mar de inseguranças e incertezas, gostávamos de compartilhar nossas vidas uns com os outros, de uma maneira ou de outra. Pequenos momentos que se eternizaram pela saudade contida naquela adolescência latente e na descoberta coletiva de um novo mundo. Grandes amigos, parceiros, companheiros, amantes? Não, éramos colegas de escola. Alguns se tornaram grandes amigos, outros amantes, companheiros, namorados, outros se distanciaram, se esqueceram uns dos outros, seguiram rumos diferentes. Mas aqueles dias que compartilhamos dentro dos muros do Colégio Sagrado Coração de Maria, bem ali, escondidinho na Rua Estevão Pinto, esquina com Palmira, no bairro da Serra, esses sim, jamais serão esquecidos por nós. E foi por esses dias que estivemos juntos no último sábado, dia 14 de março de 2009, na busca de reviver, por algumas horas, toda a magia relegada há muito a pequenos momentos de lembranças nostálgicas, logo esquecidos e guardados novamente num canto escuro e intocável da nossa imaginação. Bem que eu gostaria de ser capaz de transformar em palavras o que ocorreu naquele dia, e poderia até fazer uma narrativa bem detalhada dos fatos, mas isso não importa. O que sentimos e o que vivemos, em uma tarde ordinária de um mês de março qualquer, não pode ser reduzido a texto... e nem deve. Há momentos na vida em que nem o mais competente dos poetas se atreve a eternizar. São pequenas peças que só possuem valor por existirem em nossas cabeças e nossos corações. A vida não é mais a mesma de 10 anos atrás, pra nenhum de nós, mas por algumas horas fomos extremamente competentes na tarefa de recriar um ambiente que por uma década nos deixou enormes saudades. Talvez no dia 14 de março de 2019 possamos nos ver de novo, com alguns encontros a mais a relembrar, mas isso não impera agora. Vou dormir, tenho muito a me lembrar, de uma década atrás e também do último sábado. E por mais louco que possa parecer, acho que o último sábado leva uma ligeira vantagem em minha predileção. Afinal, não é do concreto que tenho saudades, mas das pessoas. Algumas das quais será sempre um prazer reencontrá-las em alguns sábados à tarde, outras que continuarei a rever praticamente todos os dias ou semanas da minhas vida, e outras que terei o prazer de me empenhar em trazê-las pra perto de mim, que descobri que importam muito mais que eu imaginava, e que infelizmente estiveram distantes... espero que nunca mais.
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