terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

In many ways, they'll miss the good old days, someday, someday...

Foram 15 meses no velho continente. Embarcamos no dia 5 de outubro de 2007, e voltamos nos dias 9 (Pelé) e 11 de janeiro (eu) de 2009. Depois da farra na costeira Swanage no condado de Dorset, sul da Inglaterra, que durou um mês exato, fomos apartados e eu fui enviado a uma pequena cidade chamada Stanley, no norte da Inglaterra, que fica a aproximadamente 15 min do centro de Newcastle Upon-Tyne, a maior cidade acima da linha de Liverpool-Manchester. Dois meses depois o ostracismo e a rotina me forçaram a tomar uma atitude afim de impedir que eu perdesse meu ano num buraco, e no dia 2 de janeiro de 2008 arrumei minha mochila e me mandei pra Londres, na cara e na coragem. Sem conhecer absolutamente nenhuma alma viva na capital inglesa, o primeiro mês foi talvez o mais complicado da minha ainda curta passagem aqui nesse planeta. Com um inglês da roça, piorado com o forte sotaque nortista, um currículo nas mãos e uma coragem que nem eu sabia que tinha, arrumei um albergue e rodei a cidade em busca de absolutamente qualquer emprego que pudesse me dar a possibilidade de me manter até arrumar a vida. Com a ajuda espírita de uma amiga que eu não via há vários anos, arrumei um emprego num restaurante brazuca. Um mês depois veio o Pelé, repatriado de Gales. Depois de um tempo arrumamos coisa melhor numa galeria de arte/nightclub que estava para ser reinaugurado em Londres e que hoje é uma das casas mais famosas da capital, o Proud Galleries. Por alguns meses se tornou rotina trabalhar por volta de 60h por semana, dormir umas 6h por dia e beber o resto do tempo. Evidenteme que após alguns meses estávamos todos com condições de saúde debilitadas. Foi quando larguei o Proud, ao final de agosto, e quando a merda começou. Já haviam se passado 11 meses no Reino Unido quando comecei a viajar a europa. Primeiro a Dinamarca, depois a França, Suécia, Noruega, Lituânia, Letônia, Estônia, Finlânida, Áustria e Alemanha. Evidentemente que cada viagem foi espetacular, mas a volta pra Londres começou a se tornar deprimente. Não suportava mais a rotina fria e chuvosa, os subempregos, a má-alimentação e etc. As vezes em que saíamos era realmente muito bom, mas devido à queda da libra e nossos planos de mochilar em dezembro/janeiro, estas foram se tornando mais escassas. Depois que assaltaram nossa casa a coisa ficou mais tensa. Sem muitos objetivos mais, a vontade de sair de lá foi se tornando angustiante e em determinado ponto Londres deixou de ser aquilo que foi por muito tempo: um lugar espetacular pra se viver por algum tempo! E até chegar ao Brasil, passando por todos os lugares espetaculares que tive a oportunidade de conhecer, imaginava que ia demorar pra dar vontade de voltar. What a fool was I... Não tenho mais vontade de passar longos meses ou anos da minha vida na Grã-Bretanha, mas que eu vou voltar, e em breve, isso é fato. In many ways, i miss the good old days. É engraçado como depois que as coisas ruins passam, a gente tende a lembrar só das coisas boas. E não foram poucos os momentos espetaculares que passei na europa, passando pelo verão em Paris, a Oktoberfest em Munique, a a aurora boreal em Tromso, no Pólo Norte, falar polonês na Polônia, conhecer Auschwitz, dormir nas couchettes dos trens, comer dezenas de Quarter Pounders w/ cheese, dividir quartos de albergue com italianos malucos e principalmente as noites insanas que passamos no Proud, as segundas no walkabout, as quartas no Metro's, o verão no Hyde Park com Jack Johnson e cia, o torneio de Wimbledon, as memoráveis viagens ao ASDA, o o'neill's de Leicester Square, a 02 Arena, White Hart Lane, The Ship, Hawley Arms e um milhão de outras pequenas coisas que não dizem nada pra ninguém além das pessoas que estiveram lá comigo.  2008 pode não ter sido o melhor ano da minha vida, mas com certeza será sempre o mais memorável...

O diário de bordo pode ser encontrado em http://perdidosnaeuropa.zip.net

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